Tem sido muito interessante perceber durante os encontros com os cursistas que a noção de "erro" não é objeto de discussão nos espaços de coordenação de grande parte das escolas em Samambaia. Nesse sentido, as reflexões feitas a partir da leitura do fascículo "Variação Linguística" do Bagno, estão abrindo um canal muito interessante para o professor entender melhor a sua prática docente. Muitos relataram durante os encontros que poucas vezes tiveram oportunidade de falar sobre esse assunto. Alguns inclusive nunca pararam para pensar na questão do "erro" em sala de aula.
Durante o trabalho com o fascículo 5 e com o livro "Nada na língua é por acaso" também do Bagno, observei o quanto ainda o grupo de cursistas precisa discutir sobre o tema, avançar nas experiências do dia-a-dia produzidas com os alunos. A visão que se tem do "erro" hoje, não contribui em nada para o avanço da prática docente nas escolas. É preciso ir além. Transformar a "fala" que pune, que elimina, que exclui, em possibilidade de crescimento, de construção. Dessa forma o curso "alfabetização e linguagem" tem contribuído para fortalecer desejos de transformação de um grupo que, sem dúvida, acredita que é preciso, e principalmente possível, mudar a maneira de lidar com os conteúdos propostos pelos PCN's em sala de aula.
Um comentário:
Meu querido,
É assustador saber que não há ampla reflexão sobre o tema "erro"! Na universidade, achamos que se torna uma questão tão batida, tão clara e óbvia que se torna até repetitivo. Mas, pelo visto e ouvido, ainda é pouco. O erro pune, o erro envergonha, o erro poda a criatividade, o erro decepciona, se, somente se, ele não for contextualizado, encarado com naturalidade e, sobretudo, como parte do processo de absorção de uma nova língua, o português padrão.
Um grande abraço!
Dioney
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